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PROJECTO DE UMA BIBLIOTECA / LIVRARIA

Requalificação e reestruturação das docas de Alcântara

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O projecto localiza-se no Bairro de Alvalade entre a Travessa Henrique Cardoso e a rua Infante D. Pedro. O edifício em altura respeita a volumentria dos circundantes. No entanto, o edifício apresenta um ligeiro avanço face ao alinhamento da rua para funcionar como marco da paisagem urbana nomeadamente para quem vem da avenida de Roma.

O principal objectivo do projecto é oferecer à população um espaço público que possa atrair os habitantes locais, forcá-los a parar e consequentemente entrar no edifício. Com este intuito, optei por elevar o edifício entregando o piso 0 à comunidade em geral, focando nesse mesmo zonas de atracção, como o café ou a entrada da livraria onde se encontraram o balcão de atendimento, as montras e uma pequena zona de espera.

Nesse piso 0 existe um alinhamento recorrente de pilares, paralelo ao limite Sul do terreno, que faz com que o espaço público exterior seja mais estreito na zona Oeste e vá aumentando até à fachada de vidro da livraria. Isso fará com que as pessoas ao passarem nesse mesmo espaço consigam ter um contacto visual com o interior da livraria onde estarão as montras.

A partir do primeiro piso fica a livraria propriamente dita, que é dividida em dois blocos que podem ser facilmente distinguidos nos alçados. O primeiro é um bloco vertical localizado a Este, sendo este utilizado para áreas mais funcionais, onde se encontram os acessos verticais, áreas de apoio a funcionários, instalações sanitárias e áreas administrativas. O segundo é um bloco horizontal, a Oeste, que serve para áreas mais sociais, onde as pessoas têm a possibilidade de ficar, como a Livraria ou a Zona Polivalente. Neste segundo bloco, a diferença entre os pisos inferior e superiores é uma mudança de cor do betão, sendo esta mais clara nos pisos superiores. Essa cor mais clara repete-se em todo o bloco vertical.

Outro ponto fulcral no projecto são as escadas que fazem a ligação entre os diversos pisos. Escadas que são iluminadas por uma luz lateral que faz com que a sua utilização não seja tão desagradável, apesar de esta ser uma luz orientada a Norte e mais difusa. Existe ainda um vão envidraçado na cobertura que para além de iluminar o final da zona de acessos no piso da zona polivalente também cria um efeito visual quando observado pelas pessoas que estão no piso 0.

Na tentativa de manipular a luz de modo a criar algumas situações, os vãos são posicionados em sítios precisos de uma maneira propositada. Tendo em conta que é a Sul e na cobertura que o número de horas de exposição solar é superior e mais forte, os vãos são mais abertos (isto para que possa existir um maior aproveitamento da luz). Há uma mudança de pavimento desde a zona de acessos (bloco vertical) até às zonas de Livraria e Espaço Polivalente (bloco horizontal), passando de pedra para madeira. Entre os dois blocos existe um rasgo em vidro que resulta como espaço de transição, transição reforçada através de uma incidência de luz continua.

Na cobertura existem umas ripas de madeira no vão mais horizontal para que a luz não incida com tanta intensidade dentro do edifício, isto para além de criar situações de sombra tanto no piso de zona polivalente como no de livraria.

A Habitação, tendo os seus próprios acessos, situa-se na zona oeste do bloco horizontal sendo repartida por dois pisos. No piso inferior situam-se as instalações sanitárias, a copa e as áreas sociais, no superior, as áreas privadas (o quarto, uma zona de escritório) e um pequeno terraço.

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